terça-feira, 19 de junho de 2012

Entrevista com a Delegada Lélia Maria Raimundi David – Titular da DEAM/Alagoinhas



1. Em Alagoinhas existe algum local onde as mulheres vítimas de agressão podem ficar quando elas não têm para onde ir?

Delegada de Policia Civil - Titular da DEAM/Alagoinhas Lélia Maria Raimundi David.

Resposta: Sim. Desde o mês de março de 2009 a mulher alagoinhense, vítima de violência doméstica e familiar, pode, se assim o desejar, ser encaminhada para a Casa de Acolhimento Provisório à Mulher. O endereço não é divulgado para que possa ser garantida a segurança da mulher e dos seus filhos. A Casa de Acolhimento veio atender a uma necessidade das mulheres de Alagoinhas vítimas de violência doméstica e familiar que se encontram em situação de risco. Sem dúvida alguma, a existência de uma Casa de Acolhimento no município de Alagoinhas auxiliou em muito o nosso trabalho na DEAM e só veio fortalecer a rede de atendimento à mulher vítima de violência doméstica e familiar. É importante salientar que no Estado da Bahia há apenas duas Casas de Acolhimento, uma em Salvador/Ba e a outra em Alagoinhas/Ba.

2. Quantos casos de mulheres vítimas de agressão a DEAM recebe por mês?

Resposta.: Para responder com maior segurança quantos registros e quais os casos mais comuns faz-se necessário uma busca nas estatísticas da DEAM desde o seu funcionamento (junho/07) até a presente data. Efetuamos, em média, cerca de 100 (cem) registros policiais mensais.
É importante salientar que a DEAM/Alagoinhas é uma Delegacia Especializada no atendimento à mulher e, em sendo assim, apuramos todos os fatos delituosos nos quais a vítima é do sexo feminino, exceto os fatos relacionados a crimes de furtos e roubos, os quais que são direcionados para a Delegacia Especializada (Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos –DRFR/Alagoinhas). Observamos que nas segundas–feiras e nos dias seguintes aos feriados existe uma maior procura pelos serviços da DEAM. Creditamos essa maior procura ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas nos finais de semana e feriados, o que sempre ocasiona desentendimentos e acabam por gerar ocorrências policiais.

3. Qual o caso que mais lhe chocou em Alagoinhas?

Resposta.: Atuo em Alagoinhas desde o mês de maio do ano de 2005, inicialmente como Delegada Titular da Delegacia Territorial, e no ano e 2007 fui designada para implantar a DEAM onde estou, até a presente data, também na função de Delegada Titular. Nesses 07 (sete) anos de atividade policial nesta cidade, muitos casos me chamaram a atenção, dentre eles destaco a morte de uma criança de apenas 02 (dois) anos de idade por maus-tratos praticados pela mãe, o assassinato de mãe e filha (idosas) cujos corpos foram jogados na cisterna da casa onde moravam, o assassinato dos dois camelôs de Feira de Santana ocorrido no Ponto do Beiju, a morte brutal de uma mulher grávida pelo ex-companheiro (ano 2008), a morte de outra mulher barbaramente espancada pelo companheiro (ano 2010), a morte da professora vítima de queimaduras por água quente e cortes de facão por ato da cunhada (ano 2012), o recente assassinato da jovem grávida (ano 2012), além dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes.  

4. Ver todos esses casos mexe com o seu emocional ?

Resposta.: Não há como não sermos tocados pelos fatos que chegam ao nosso conhecimento para investigação, mas somos profissionais, policiais de uma Delegacia Especializada no atendimento à mulher e não nos deixamos envolver emocionalmente com os casos.

5. Quais os bairros em Alagoinhas existem os maiores índices de violência contra a mulher?

Resposta.: Recebemos denúncias de mulheres de muitos bairros da cidade e de todas as classes sociais, sendo a maior incidência entre as mulheres de baixa renda. Observamos nos registros policiais que nos bairros Santa Terezinha, Barreiro, Rua do Catu, Baixa da Santinha, Alagoinhas Velha existem mais violência contra a mulher. Há também muitos registros de fatos ocorridos na zona rural (Riacho da Guia, Boa União).  

6. Como anda o índice de violência? Com o decorrer dos anos tem aumentado? Diminuído ou continua o mesmo de anos atrás?

Resposta.: Verificamos que o número de registros policiais nesta DEAM e que são relacionados a violência doméstica e familiar tem aumentado desde a implantação desta Unidade Policial. Mas, é muito importante salientar que o aumento do número de registros não representa o aumento da violência contra a mulher em nosso município, mas sim o encorajamento da mulher no sentido de sair da situação de violência a que está submetida, muitas vezes durante anos, e denunciar o agressor por acreditar na efetividade da Lei e saber que pode contar com uma rede de atenção para ela e os filhos.

CRAM - Centro de Referência de Atendimento à Mulher




Por meio de convênio entre o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Alagoinha o Centro de Referência de Atendimento à Mulher - CRAM. Foi instalado na cidade de Alagoinhas no dia 11/04/2012, se localiza na Rua Parque São Benedito, Jardim Petrolar. O Centro de Referência de Atendimento à Mulher é um espaço de acolhimento, orientação e encaminhamento jurídico, psicológico e social à mulheres que são vitimas de violência doméstica, A Bahia está em terceiro lugar no ranking de violência contra as mulheres no nordeste O CRAM tem importância vital para a diminuição do índice de violência contra as mulheres no município.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

É PROBLEMA SEU.




A violência contra a mulher é fruto de uma construção histórica — portanto, passível de desconstrução — que traz em seu seio estreita relação com as categorias de gênero, classe e raça/etnia e suas relações de poder. Por definição, pode ser considerada como toda e qualquer conduta baseada no gênero, que cause ou passível de causar morte, dano ou sofrimento nos âmbitos: físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto na privada. Temos que mudar essa dura realidade, mesmo que aos poucos conscientizando as pessoas e mostrando que em briga de marido e mulher agora sim se deve meter a colher e denunciar. 



Os cartazes e panfletos da campanha estão sendo distribuídos e colocados em todos os principais pontos da cidade tanto em Alagoinhas como em Catu. Pode se encontrar cartazes da campanha “ Não Se Bate em Mulher” no FORUM da cidade de Alagoinhas, DEAM de Alagoinhas, centro da cidade dentre outros pontos da cidade. Lembre-se, é problema seu, ligue e denuncie 180.





quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Marcha das Vadias

 

Marcha das Vadias ou Marcha das Vagabundas teve inicio em Toronto-Canadá no ano de 2011, após diversos episódios de abuso sexual em mulheres na Universidade de Toronto um policial chamado Michael Sanguinetti resolveu dar o seguinte conselho para as moças “evitarem” ser abusadas, o policial disse que “As mulheres evitassem se vestirem como vadias, para não serem vítimas”.Logo á pós a “sugestão” do policial diversas mulheres universitárias e não universitárias que se sentiram profundamente ofendidas e injustiçadas com o comentário infeliz do policial, resolveram se manifestar e ir as ruas em protesto a esse tipo de comentário e em protesto ao abuso sexual que varias mulheres são vitimas em todo o mundo. As mulheres durante as manifestações costumam usar roupas provocantes como: saias curtas, blusas transparentes ou apenas lingerie. A marcha das vadias já saiu do Canadá e se espalhou por diversos países como: Los Angeles,Buenos Aires e recentemente no Brasil por onde percorreu varias cidades do pais como São Paulo, Vitória, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Pelotas, Florianópolis, Porto Alegre, Santa Maria dentre outras, e a cada dia mais e mais países recebem a sua Marcha das Vadias.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Lei Maria da Penha



     Os casos de violência contra a mulher ainda existe e em larga escala, no entanto houve uma grande diminuição em relação a décadas passadas. Pesquisas mostram que os fatores que mais contribuem para esses casos, são o preconceito e o stress do cotidiano. Organizações não governamentais, associações, órgãos como a Delegacia da defesa da Mulher e a Lei Maria da Penha, contribuem para que, as punições dos  casos de violência sejam eficientes, façam com que o numero de casos diminuam cada vez mais. O modo de vida independente da mulher atual, que fornece a ela poderes de liderança e ações, reduz a convivência e a dependência masculina, no entanto,  por outro lado pode causar certo sentimento de inferioridade da parte dos homens, e isso pode ser um fator de risco para elas.